O Espaço Espelho D’Água reabriu ao público sua Agenda Cultural. Você pode encontrar, além de gastronomia, boa música e exposições ao pé do Rio Tejo. A sala de espetáculo abre 30 minutos antes da hora indicada para cada atividade para que os espectadores possam chegar com tranquilidade, evitar a aglomeração na porta e o espetáculo poder iniciar pontualmente.
Os bilhetes podem ser adquiridos no dia, ou de preferência, previamente através do e-mail info@espacoespelhodeagua.com
O Espaço Espelho D’água oferece aos espectadores do concerto 15% de desconto no menu*.
*para consumir antes ou depois do espetáculo. Promoção não acumulativa a outros descontos.
Notas:
(1) Agenda sujeita a evolução das orientações sanitárias da DGS relativas à COVID-19
(2) Lotação e organização da sala conforme orientações sanitárias da DGS relativas à COVID-19
PROGRAMAÇÃO
Até 11 de Julho – Exposição Lelu Kizua | Lino Damião e Nelo Teixeira
A exposição Lelu Kizua decorrerá no Espaço Espelho D’Água em Belém, com inauguração oficial dia 9 de Junho (17h-20h) e encerramento dia 11 de julho de 2021.
Lelu Kizua é a segunda exposição conjunta dos artistas angolanos Lino Damião e Nelo Teixeira em Portugal e tem como mote um diálogo de criações artísticas entre os dois autores que se encontravam ambos em Portugal no início da pandemia em 2020.
Num momento em que a história do Planeta colocou em questão tantos aspetos que considerávamos como garantidos, os artistas encontram nesta encruzilhada, a inspiração para refletir sobre essas mudanças, sobre os desafios e a coragem para encontrar formas de enfrentar as alterações e ultrapassar os obstáculos.
O título da exposição Lelu Kizua pode ser interpretado, numa tradução livre da língua Kimbundum, como uma referência à actualidade, aos dias de hoje, mas sem esquecer as histórias e as estórias recentes que ambos os artistas viveram. Esta relação com o presente não é estribada numa nostalgia do passado, mas numa certa melancolia que se presente por entre as diversas formas, figuras e personagens que as composições pictóricas e tridimensionais convocam. Como uma espécie de folha de diário que guarda as memórias de cada um. No limite, de cada um de nós.
Esta exposição faz parte de uma programação mais alargada, denominada VENTO SUL, que é uma programação cultural desenvolvida pela associação the CERA PROJECT com o Espaço Espelho D’Água e tem o apoio financeira da DGArtes e o apoio institucional da UCCLA e da Embaixada de Angola em Portugal.

8 de julho, 5a feira, às 19h30 – Paula Sousa “Trio” – 10€
O novo trio que reúne Paula Sousa, André Rosinha e Beatriz Nunes lança o seu disco À espera do futuro pela editora Nischo em março de 2021. Com trabalhos anteriores em nome próprio reconhecidos pela crítica e público, os três músicos juntam-se agora num disco de composições inéditas da pianista, do contrabaixista e da cantora. Após um primeiro concerto na Alemanha em fevereiro de 2020, a afinidade estética dos três músicos entre o jazz, a música erudita e a música de tradição portuguesa, propiciou a colaboração que agora se materializa no lançamento do primeiro disco. À espera do futuro deriva de uma sensação de suspensão do tempo, resultado do hiato pandémico em que a maior parte da música foi elaborada, oscilando entre a catástrofe e a esperança.

Paula Sousa, Beatriz Nunes e André Rosinha
15 de Julho a 29 de Agosto – Mães do 27 – Exposição Coletiva

Uma exposição coletiva organizada pela associação M27, composta pelos órfãos do 27 de Maio [1977] e de pessoas solidárias com a causa, na busca da verdade histórica.
Em entrevista à Draft World Magazine, Maura Faial, diretora de projeto e membro da associação das vítimas do 27 de maio, M27, explica como surgiu a ideia para este evento, enquadrando a época histórica em que este tema se enquadra, o chamado “golpe de Estado” de 1977, altura em que milhares de angolanos foram torturados e assassinados, sem julgamento. Hoje, muitas das vítimas ou familiares continuam sem conhecer toda a verdade sobre os crimes cometidos na altura. “Em cada três famílias, uma foi tocada por este acontecimento, 44 anos de espera, de dor, de angústia sem poder lamentar, porque sem um corpo, não há enterro. Sem um funeral, não há adeus. Sem um “komba”*1 um capítulo não é encerrado. As mães tinham de carregar este peso, com muito menos poder. As mulheres tiveram de continuar a tomar conta de outros filhos, ou dos seus netos.”, sublinha Maura Faial.
A M27 surgiu para: “trazer a debate um tema sensível e controverso e que ainda gera muitos receios” além de “sempre inclinados a pensar na justiça”, querem encontrar: “uma forma alternativa de estar ao lado do povo angolano. Este ano, reunimos solidariedade, bondade e criatividade para estar ao seu lado, também em paz.”, através da arte.
Os membros da associação querem transmitir que é possível debater, o 27 de maio de 1977, de formas diferentes, e com outras leituras.
“As obras de arte não vão ‘morrer’ num caminho que se prevê ser longo, na busca da verdade.”, afirma a diretora do projeto.
A exposição tem como conceito principal a “Cura/Cure”. É uma homenagem aqueles que perderam a vida e às famílias que ficaram sem respostas ou apoio. Com este evento, a M27 pretende, por um lado: “trazer conforto e aproximar-se do povo de Angola”. E por outro lado: “inspirar a abordagem da dor dos outros, com mais bondade”, sublinha Maura Faial.
“As vítimas não são apenas as que pessoas que morreram, mas também as mães, as mulheres e os filhos que ficaram, com as lutas e a sua dor. Em cada três famílias, uma foi tocada por este acontecimento, 44 anos de espera, de dor, de angustia, sem poderem fazer o luto. Porque sem corpo, não houve enterro, sem enterro não há komba*1, sem komba não se encerra um capítulo. As mães tiveram que carregar este peso, impotentes, tiveram que continuar a cuidar de outros filhos…ou dos seus netos, agora sem pais… Esta é uma homenagem a elas…”
“Mães do 27” estará aberta ao público a partir de 15 de julho, até 29 de agosto, no espaço Espelho de Água, em Lisboa. Artistas envolvidos no projeto | Kassessa Gandara, Lino Damião, Nelo Teixeira, Leda Baltazar, Armanda Alves, Zizi Ferreira, Isabel Batista, Jorge Sistelo. Curadoria | Kassessa Gandara e Aura Dragulanescu.
*Imagem de capa inspirada na obra da artista Leda Baltazar

16 de Julho e 6 de Agosto – Fred Martins apresenta ciclo de eventos Ultramarino– Encontros
O encontro musical de artistas do universo lusófono que tem Fred Martins como o anfitrião, e traz os convidados especias Joana Amendoeira, Nancy Vieira, Rolando Semedo, Mar e Angelo Torres, contará com a presença do público, além da transmissão via streaming.
Nos dias 16 de julho (com Nancy Vieira e Rolando Semedo) e 06 de agosto, (Joana Amendoeira, Pedro Pascual, Ângelo Torres e Mar), no icónico Espaço Espelho D’Água, em Belém. As apresentações terão entrada gratuita, mediante reservas antecipadas através do email info@espacoespelhodeagua.com , uma vez que os lugares são limitados devido às restrições da pandemia, e novamente serão exibidas via streaming e seguirão disponíveis em formato audiovisual no canal do artista no Youtube.
O cantor, compositor e violonista brasileiro Fred Martins é o anfitrião desta série de concertos Ultramarino – Encontros, que além de interpretarem juntos ou individualmente alguns temas musicais, Fred Martins e seus convidados conversam sobre suas trajetórias e contextualizam suas afinidades musicais e culturais. “Este projecto tem o objectivo de contribuir para promover junto ao público, de forma gratuita e num ambiente especialmente aprazível, a diversidade e a qualidade artística lusófona produzida em território nacional, oferecendo repertório original e de alto nível poético e musical”, afirma o artista.
No dia 16 de julho, o arquipélago africano estará nos holofotes com a participação do baixista, cantor e compositor Rolando Semedo e da cantora Nancy Vieira. No repertório, as canções “Mimória” e “Águ” (de Semedo), “O Samba de Diz” (Fred/M Diniz) e “Esperança de Mar Azul” (do cabo-verdiano Teófilo Chantre) e “Tu me acostumbraste” (Frank Dominguez).
Neste encontro, o anfitrião Fred Martins incluiu ao alinhamento canções como “14 anos”, de Paulinho da Viola; “Futuros Amantes”, de Chico Buarque, e “Luz Negra”, de Nelson Cavaquinho, que irão juntar-se no repertório aos seus próprios êxitos e às músicas do seu mais recente álbum, Ultramarino, como “A Filha da Porta-Bandeira,” Fado Crioulo”e “Zona Sul”.
O último encontro, já no dia 06 de agosto, contará com a fadista portuguesa Joana Amendoeira, o acordeonista e compositor galego Pedro Pascual e o ator são-tomense Ângelo Torres e Mar, filha de Torres, que irá interpretar “Noites de São João” (do poema de Alberto Caieiro com música de Fred Martins). Já Joana irá cantar “Entre o Calor e o Frio”, “Viver a Mil” e outras canções de seu recente álbum Na Volta da Maré, cujas composições são todas fruto de uma parceria entre Fred Martins e Tiago Torres da Silva.
“Quero intrometer-me nas letras, na música e na melodia do Fred para preencher o espaço que existe entre as duas margens da África e da América do Sul. No meio das histórias e com as histórias, músicas e contos que podem passar por São Tomé, Angola, Moçambique, Guiné, Cabo Verde, Portugal, Galiza e Brasil”, afirma o ator Ângelo Torres sobre sua participação no dia 08 de agosto, data de encerramento dos encontros.
Sobre Fred Martins:
Destacado entre os artistas de sua geração, o cantor, compositor e guitarrista Fred Martins oferece um repertório tão diverso quanto qualificado e que remete aos emblemáticos compositores brasileiros. Fred acaba de lançar o álbum “Ultramarino”, que reúne canções compostas nos anos que viveu entre Portugal e Espanha e conta com produção musical de Hector Castillo (ganhador de 4 Grammy Awards e colaborador de David Bowie, Björk, Lou Reed e Philip Glass, entre outros). O repertório condensa de forma contemporânea elementos do samba, da bossa nova, do blues e da música ibérica como o fado e o flamenco. Com oito álbuns lançados, suas composições também foram gravadas e executadas por Adriana Calcanhoto, Ney Matogrosso, Maria Rita, Zélia Duncan, MPB4, Joana Amendoeira e Susana Travassos, entre outros. As músicas de Fred Martins fazem parte de bandas sonoras de novelas e séries da Rede Globo e o artista integra o grupo de músicos doespecial Rua das Pretas, da RTP.
Redes sociais Fred Martins:
Site http://www.fred-martins.com/ ; YouTube https://www.youtube.com/FredMartins ;
Spotify https://open.spotify.com/artist/3axUrJaWBNlLeapbPpmMvv; Instagram https://www.instagram.com/fredmartinsmusic/ ; Facebook https://www.facebook.com/fredmartinsmusic
SERVIÇO ULTRAMARINO – ENCONTROS
Dias 16 de julho e 06 de agosto, sextas-feiras às 19h30
Local: Espaço Espelho D’Água
Morada: Avenida Brasília, s/n – entre o Padrão dos Descobrimentos e o Museu de Arte Popular. Telefone: 213 010 510
Site: http://espacoespelhodeagua.com/
Entrada livre, lugares limitados disponíveis por meio de reserva pelo email info@espacoespelhodeagua.com
Transmissão via streaming em https://www.youtube.com/FREDMARTINS

23 de Julho – Sexteto Bernardo Moreira apresenta |Entre Paredes|
Gravado em Coimbra, no Convento São Francisco, em 2020, | Entre Paredes | é uma emocionante homenagem à música portuguesa com o nome de Carlos Paredes.
19 anos depois de ter lançado “Ao Paredes Confesso” (2002), Bernardo Moreira prepara-se, assim, para editar com um sexteto de luxo, e em registo de conclusão, a forma como tem sido ouvinte da obra do guitarrista Carlos Paredes.
“Tive umas incursões pela música popular, pelo fado de Coimbra, e comecei a sentir que a minha maneira de ouvir o Carlos Paredes tinha mudado”, disse Bernardo Moreira, 55 anos, nascido numa família com longa ligação ao jazz, em declarações à Agência Lusa no início de 2021.
O contrabaixista demorou três anos a concretizar o álbum, entre a escuta renovada dos temas de Carlos Paredes, o trabalho de apropriação e composição e o tempo de gravação, que foi adiado por causa da pandemia da covid-19 e que só aconteceu em novembro passado, no Convento São Francisco, em Coimbra.
Esta cidade, onde o contrabaixista tem ligações familiares, e onde Carlos Paredes nasceu a 14 de fevereiro de 1925, está também impregnada no novo disco.
“A minha vontade era de escolher músicos todos eles com experiências também na música popular portuguesa e o nosso esforço era ir ao encontro do Carlos Paredes em vez de obrigar o Carlos Paredes a vir ter, na altura, com um sexteto de jazz. Acho que este disco é muito diferente do outro, porque tem esse caminho inverso em que somos nós que vamos para esse território”.
A estreia ao vivo de | Entre Paredes | está agendada no Espelho D´Água em Lisboa, para dia 23 de julho, data que celebra a eternidade de Carlos Paredes, partindo depois para uma digressão por todo o país.

30 de Julho – Fado ao piano
O “Fado ao Piano” é composto pela fadista Leonor Duarte e o pianista Daniel Delaunay e caracteriza-se pela ligação das nossa raízes e tradição com o piano inspirado no romantismo clássico e jazz, criando uma atmosfera envolvente, sincera e intimista. Este projeto distingue-se pela difusão e conservação da cultura portuguesa com integração de diversas influências.
